Eu já tinha decidido que eu adorava Los Hermanos, gostava mesmo era do Amarante e o Marcelo Camelo, pra mim, era só um cara que pegava a Mallu Magalhães. Sim, eu sei que fui injusta com a alma e voz de uma das bandas que mais tem músicas bonitas, sofridas e poéticas do cenário “alternativo” brasileiro, mas algo aqui dentro me impedia de querer ouvir Camelo.
Depois de muito lutar contra o preconceito, resolvi, enfim, dar uma chance. Isso graças ao namorado, muito mais escolado em música do que eu (impossível não amar!), que conseguiu fazer com que eu parasse e ouvisse, atentamente, ao que Marcelo Camelo tinha a dizer. E confesso: tudo que eu ouvi foi lindo!
O primeiro disco, Sou, de 2008, não foge muito da velha temática já conhecida na banda dos hermanos. Camelo canta o amor, a solidão, a alegria e o Rio de Janeiro de um jeito que só ele sabe fazer.
Doce Solidão, quarta faixa do disco, é um passeio no calçadão de qualquer praia bonita à sua escolha num fim de tarde ensolarado. Despretensiosa, suave, emepêbê. Já Menina Bordada é um frevo delicioso e simples, e ainda arrisco dizer que é minha favorita do disco.
Copacabana é, definitivamente, uma marchinha de carnaval boa de cantar, daquelas que dá vontade de segurar a cerveja numa mão e levantar a outra com o indicador apontado pra cima e cantar “o bairro do Peixoto é um barato, e os velhinhos são bom de papo…”. E fim.
Sou ainda traz a versão de Camelo para Santa Chuva, música composta por ele, mas gravada pela primeira vez por Maria Rita no seu primeiro disco. Inclusive, tive a oportunidade de ver Maria Rita ao vivo e arrepiei com a belíssima interpretação de Santa Chuva.
Sinto que Toque Dela, lançado no início de Abril desse ano, é um disco mais repleto de felicidade do que Sou. Ainda que a solidão e as despedidas estejam todas lá, dessa vez “parece que o amor chegou aí…”, coisa que dá pra perceber claramente em Acostumar (minha favorita do disco), Pretinha, Pra Te Acalmar e Meu Amor É Teu.
Mais uma vez, nesse disco tem a versão (maravilhosa) de Camelo para Despedida, que também já foi gravada pela Maria Rita. Composição linda, linda.
Bom, acho que não me resta mais nada a não ser dizer: give Camelo a chance 😉
Tu só esqueceu de citar o Hurtmold que é a banda que acompanha ele…
Parabéns pelo texto, lindo!
Ei Lucas, é verdade, a Hurtmold faz toda a diferença.
Muito obrigada! 🙂